Estou aqui para contar uma história de amor. A história da Jaque e do Nestor, pessoas imperfeitas e unidas voluntariamente pelo sentimento mais sublime que existe, o amor.

Eu acredito que vi a Jaque pela primeira vez quando ela era uma pré-adolescente, na saída do Colégio das Irmãs, em Cáceres. Depois de alguns anos o amigo Juliano (que em Cáceres era conhecido como Magnésia, dada a sua brancura) me pediu para conhecer uma menina que era amiga da namorada dele e que ele tinha certeza de que eu e ela daríamos certo. Era a Jaque. Foi um encontro rápido, eu estava com outro compromisso naquela ocasião, mas já fiquei encantado com a sua beleza.

Pouco tempo depois, o meu amigo Hingo, que trabalhava num salão de beleza em Cáceres, me ligou dizendo que eu deveria ir naquela hora mesmo ao salão porque tinha uma moça linda e que ele tinha a certeza de que eu ficaria apaixonado por ela. Eu fui correndo. Fiquei sentado numa poltrona de onde eu conseguia ver a Jaque enquanto o Hingo demorava uma vida toda para passar a escova nos cabelos dela. Ela parecia envergonhada. Linda, linda... mas não tivemos nada ainda. Cada um de nós estávamos com nossas vidas em outros rumos e compromissos de namoro.

Três anos depois, ela já estava com dezoito anos de idade e eu com vinte e três, quando em certa ocasião percebi que ela estava me olhando. Estávamos num barzinho do calçadão da Praça Barão, em Cáceres. Entre a mesa em que eu estava e a dela deveriam ter outras duas. Achei curioso aquilo. Mais tarde, com a intervenção da Nádia, convidei a Jaque para entrar no carro em que eu estava. Não era o meu, era o do meu pai. Mas as fitas de músicas (cassete) eram as minhas. Ela, depois de muito tempo, me confessou que achou brega o meu gosto musical, mas o que importa é que passamos horas namorando à beira do Rio Paraguai.

No começo pensei que seria algo passageiro. Porém, eu não conseguia explicar a vontade irresistível de estar com ela. Dois meses depois daquele 12 de outubro de 1998 iniciamos um “relacionamento sério”. Estou com ela todos os dias, desde então.

Passamos por diversos momentos desafiadores, brigas, desentendimentos, oportunidades infinitas e diárias de crescimento, de escolha de condutas, de renúncias, de aprendizado pelo amor que nos une e fez com que nos casássemos em 13 de julho de 2002, numa noite muito agradável e fresca em Cáceres.

Já vivemos juntos em São Paulo, em Arenápolis, em Juina, em alguns apartamentos, nos ajudamos na vida acadêmica um do outro e recebemos de Deus dois presentes que trazem muito mais sentido em nossas vidas, duas estrelas que iluminam nossos dias e recebem nosso empenho em nos tornarmos pessoas melhores para que possamos passar-lhes bons exemplos: Clarinha e João, nossos filhos cuiabanos, amorosos e destinatários de tudo o que podemos fazer para que eles se tornem cidadãos de bem.

Semanalmente, desde sempre, nos encontramos em torno do Evangelho para ler, conversar, orar, pedir ajuda, irradiar bons pensamentos. Isso tem sido essencial para que tenhamos chegado até aqui, apesar das dificuldades íntimas que trazemos, porém, dialogando e desenvolvendo as virtudes necessárias para que sejamos felizes e úteis para o próximo.

Nestor Fidelis.