Temos lido, ouvido e temos sido orientados a desenvolver a vigilância e da oração para não cairmos em tentação. Já sabemos que vigiar é bem diferente de policiar, bastando nos recordarmos do papel do profissional que vigia e da atribuição ostensiva do policial que tem o dever de manter a ordem mediante o uso da força. Assim, diante de uma situação em que o vigia deva entrar em ação, sua missão será vigiar e alertar para que o pior não aconteça; ao passo que nos casos em que deva manter a ordem, o policial se impõe e reprime eventual desvio de conduta. Parece uma diferença banal, mas não é, porquanto as palavras são as luvas do pensamento e estes nos direcionam, tem a força e até a forma (sim, já há pesquisas neste sentido) que lhe imprimimos. Em outras palavras: a força do pensamento é uma realidade inegável, de modo a lograrmos atrair tudo aquilo que desejamos, ou gostamos. Justamente por essa razão, a vigilância a que somos convidados a praticar não se restringe ao nível do comportamento ou das palavras, mas, antes de tudo isso, está no cuidado com o que pensamos e produzimos com tais pensamentos. Se cairmos no movimento psicológico de nos policiar, acabaremos nos reprimindo e, não raro, nos autoanulando e até mesmo nos agredindo. Já a vigilância amorosa é fruto da aceitação de nós mesmos, da autovalorização que gera o respeito próprio, porém, sempre nos impulsionando a avançar no caminho do aprendizado dinâmico, perseverante e paciente. Torna-se fundamental, assim, com vistas a um estado de paz de consciência e de felicidade, buscarmos um nível de vigilância mais aprofundado, considerando-se que somos Espíritos Imortais vivenciando experiências no mundo material, todavia, entramos em contato as energias produzidas pelas inteligências que habitam o mundo espiritual, trazendo-nos bem ou mal estar, de acordo com nossas escolhas, isto é, com a vigilância bem empregada ou a falta dela. Impende notar que a cada noite deixamos quase que totalmente a vida material para experienciarmos situações no mundo dos Espíritos, ocasiões em que, livres das amarras do corpo físico, nos direcionamos para locais e somos atraídos para parcerias afetas à costumeira frequência psíquica que emitimos em decorrência dos nossos pensamentos habituais, segundo a máxima exarada por Jesus: “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:21). Em uma elucidativa mensagem que nos chega pela mediunidade do amigo e médium Afro Stefanini II, o bondoso Espírito Honório nos esclarece: “Podemos analisar como está o nosso comportamento extracorpóreo, ou seja, como temos nos comportado fora do corpo mediante as inclinações que já guardamos em melhoria ou não, dentro da própria alma. Inclinações ao bom, ao belo, ao nobre, ao que edifica, demonstram que estamos fazendo treinamentos salutares para o nosso comportamento psíquico estar em melhor condição a cada dia. Inclinações ainda ao vício, ao ócio, a preguiça, a maledicência, demonstra que estamos ainda ligados por fatores ainda profundos ao pretérito de nossas escolhas, nas desavenças do ontem e nas quedas que tivemos”. Desta maneira, somos convidados à prática do bem, o que significa para os cristãos um trabalho de vigilância profunda dos pensamentos, à luz da consciência, para que as leis divinas que nela habitam sejam sentidas e observadas em qualquer circunstância, seja nas mais felizes, assim como nos momentos de maiores desafios, que nos trazem ainda mais crescimento interior. É media salutar, sempre, ter em mente que todos temos Amigos Espirituais que nos protegem e nos incentivam a prosseguir com Jesus, aprendendo e servindo, desenvolvendo as virtudes no coração. |
Autor(es): Nestor Fidelis |
Fonte: https://www.rdnews.com.br/blog-do-romilson/colunistas/nestor-fidelis/vigilancia-profunda/78763 |