É possível dizer que liderança seja uma especial habilidade para orientar e atrair pessoas, principalmente pelo próprio exemplo. Esta é a liderança natural, não forçada, bem aceita e motivadora, inspiradora. Existem diversos tipos de liderança e de líderes. Há líderes autoritários e democráticos; há os centralizadores e os que delegam; há os responsáveis e os que vivem procurando a culpa (geralmente, nos outros); brutos, ou frouxos; armados, ou defensivos; sonhadores, ou realizadores; pessimistas, ou otimistas-realistas; fechados, ou comunicativos; conciliadores, ou afetos à discórdia e fofocas; há líderes que mentem para conseguir o que querem, ao passo que outros vivem a verdade. A história atual ou mais remota nos traz bons exemplos de liderança proativa, positiva, portanto. Mas nenhum tão grande quanto Jesus, que encerra em si o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar. No livro “Modelos de Liderança, Trabalho e Autotransformação”, Alírio de Cerqueira Filho, ao tratar deste tema, assevera que “Jesus é o Mestre de Amor, o Modelo de Líder que nos é oferecido para que possamos seguir. (...) havia uma perfeita identidade entre Jesus e Deus, quando Ele esteve encarnado entre nós. Jesus é o grande exemplo das possibilidades de amor e unidade com Deus”. É admirável constatar que Jesus se uniu a companheiros anônimos e simples, assim como Ele era, vindo de um povo com tais características, a fim de dar início ao seu mister de iluminar consciências ao longo dos tempos. Jesus semeou e viveu lições de amor e fraternidade, não colhendo em sua existência nada além do que o estritamente necessário para sua subsistência. Ele encerrou em si todas as virtudes em estado de excelência, isto é, não somente aconselhada, mas vivenciada ao máximo. Era a autenticidade em pessoa, afirmando e respondendo com sinceridade e firmeza, mas com respeito e caridade intelectual e moral para com as pessoas que não poderiam alcançar a profundidade de seus ensinamentos, isto é, rebaixava-se humildemente sem perder a estatura dos valores mais nobres. Sabia acolher aos que o buscavam, mas, sobretudo, aos seus discípulos mais diretos em suas necessidades de evolução, jamais humilhando o liderado, ao contrário, convidando-o a refletir, decidir e agir no bem, sem violentar o livre-arbítrio de cada um. Pregava o respeito, também, para com os governantes, conquanto não fosse conivente com qualquer tipo de violência ao que chamamos hoje de direitos humanos, assim como se abstendo de incitar a revolução, a crueldade, tampouco a desordem social. Transitava e vivia entre o povo, compadecendo-se de suas aflições e carências, dores e opressões.Aliás, é possível concluir que a principal característica da liderança de Jesus sejam a suavidade e leveza, fruto da naturalidade com que exercia seu poder pessoal. Modelar alguém significa usar a pessoa como referência, exercitando as qualidades boas que já conseguimos enxergar nela. Assim, nos inspirando na conhecida conduta de Jesus, somos convidados a refletir sobre ela, buscando sentir-se identificado e integrado com o Jesus e com a possibilidade real de colocar em prática esse modo de viver que não é fácil, mas que vale a pena, pois tão somente por estarmos caminhando com Ele já nos sentimos muito mais preparados, amparados e essencialmente felizes. Como fazer isso? Jesus nos dá a receita, conforme anotou o Evangelho de Mateus (11: 28 a 30): “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei comigo, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Percebemos assim, algumas etapas muito bem definidas: reconhecer-se como uma pessoa com necessidades e dores advindas do orgulho e do egoísmo; ir ao encontro do amor que Jesus representa, proporcionando alívio; tomar o amor e a busca pelo desenvolvimento das virtudes como diretriz de vida; fazer exercícios para se tornar um aprendiz a partir as próprias experiências; encontrar serenidade repouso e harmonia; tonar a vida mais suave e a evolução mais leve, por meio do aprendizado. Agindo assim, com paciência e constância, atenção e buscando forças pela oração, é plenamente possível permitir seja Jesus nosso modelo de liderança. |
Autor(es): Nestor Fidelis |
Fonte: https://www.rdnews.com.br/colunistas/nestor-fidelis/jesus-modelo-de-lideranca/76785 |