SEMINÁRIO SOBRE DROGAS EM SORRISO-MT

SEMINÁRIO SOBRE DROGAS EM SORRISO-MT

Imbuídos no ideal de um mundo melhor, por uma sociedade sem drogas, a SEJUDH - Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos através da Coordenadoria de Politicas sobre Drogas, está desenvolvendo em todo Estado de Mato Grosso, via de Seminários Regionais, a implantação da Educação Preventiva Primária contra as drogas, capacitando professores, agentes de segurança e saúde, além da participação ativa de organizações públicas e particulares ligadas à prevenção e ao tratamento de usuários de drogas. Desta feita, a hospitaleira cidade de Sorriso-MT, sediou o 4º Seminário Regional sobre Drogas e Paz, o que aconteceu durante todo o dia desta sexta-feira, 21.02.2014, contando com maciça participação dos municípios que fazem parte daquele pólo: Feliz Natal, Cláudia, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nova Ubiratã, Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato, Sinop, Tapurah, União do Sul e Vera. Dr. Nestor Fidelis, Secretário Adjunto de Justiça, procedeu a abertura do Seminário Regional fazendo ver a importância do debate e estudo sobre esse tema tão polêmico, asseverando:

É preciso que União, Estado, municípios, clubes sociais, instituições religiosas e as famílias assumam suas responsabilidades para que possamos vencer este mal do século.

Segundo dados da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (ABEAD), no Brasil existem cerca de 19 milhões de alcoólatras. Acontecem, por ano, 32 mil mortes em decorrência do uso da bebida, 11 mil delas por cirrose. O álcool também está por trás de 60% das mortes no trânsito e 72% dos homicídios. Apesar desses dados e do contato com as experiências desastrosas de celebridades e anônimos - a?nal todos conhecemos alguém que destruiu sua vida por causa do álcool -, a bebida ainda é socialmente aceita, os pais permitem que seus ?lhos jovens bebam, e o hábito vai se cristalizando ao longo da vida. Porém, se você é um dos que bebem com frequência, ainda que em pequenas doses ou só nos dias de folga, é bom começar a olhar aquele ?inofensivo? aperitivo com outros olhos, deixando o senso crítico apurado vencer o senso comum, aquele que nos diz que ?beber é um hábito característico da nossa cultura? ou que ?beber é normal?. Pode até ser. Mas estamos falando de um hábito que mata. Cada vez mais. E cada vez mais cedo. Tanto na abertura, quanto no encerramento do evento, houveram belíssimas apresentações musicais de crianças e jovens que fazem parte do projeto social ?Casa de Zadoque?, reconhecida instituição de Sorriso-Mt, que desenvolve tarefas edificantes com a juventude, utilizando da música como forma de socialização e amparo dos futuros cidadãos mato-grossenses. O vice-prefeito de Sorriso, Ederson Dal Molin, participou da abertura do evento e afiançou: - ?Somos um município parceiro e estamos buscando e desenvolvendo através dos programas e instituições sociais, ações de combate e prevenção as drogas nas escolas. Disponibilizamos uma área em que será feito um centro de recuperação de dependentes químicos. Temos que trabalhar com a prevenção e ações educativas, dando oportunidade para os jovens.? Também fez uso da palavra o Secretário Adjunto de Direitos Humanos, Valdemir Pascoal, que fazendo várias referências sobre sua pasta, destacou que tudo o que acontece no mundo, seja no nosso país, na nossa cidade ou no nosso bairro, acontece conosco. O cidadão, torna-se, então, aquele indivíduo a quem a Constituição confere direitos e garantias - individuais, políticos, sociais, econômicos e culturais -, e lhe dá o poder de seu efetivo exercício, além de meios processuais eficientes contra a violação de seu gozo ou fruição por parte do Poder Público. O Prof. Padilha em sua fala destacou que: Toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, prejudicial ao indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga, em que há um invencível desejo ou necessidade de consumi-la. Droga é qualquer substância que, quando introduzida no organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções. As drogas agem no organismo humano principalmente no sistema nervoso central, que é composto pelo cérebro e pela medula espinhal, que é a mais nobre matéria de todo universo, responsável pelo comportamento de todos seres humanos deste planeta. Os tóxicos, agindo no sistema nervoso central, vão produzir olhos brilhantes, palavras fáceis, excesso de movimentação, falta de autocrítica, desinibição, euforia e sensação de bem-estar físico. A fuga da realidade vai provocar uma momentânea sensação de bem-estar que, posteriormente, trará conseqüências de extrema gravidade. Atuando sobre o cérebro, as drogas provocam alteração do funcionamento de todo organismo, o cérebro ordena um funcionamento mais acelerado dos aparelhos respiratórios e circulatório, provocando uma sobrecarga nos pulmões e no coração. O toxicômano é um doente que acha careta quem não participa das suas extravagâncias. No seu estado normal o viciado é doente, e quando faz uso do tóxico, sua situação se agrava. Em termos globais, a vida se reduz em pelo menos, 2/3, e mesmo o uso moderado provoca a redução da vida. Assim temos: uma pessoa que normalmente viveria 60 anos, usando drogas viverá apenas 40 anos. Se teria 50 anos de vida, usando drogas, reduz para 30 anos de vida; Se fosse viver 40 anos, ao usar drogas, morreria aos 26 anos de idade. A toxicomania geralmente é uma conseqüência de um desequilíbrio mental, que vai desde uma tensão ou angústia gerada de uma neurose, até um desvio de personalidade mais acentuado. O viciado é uma pessoa que, em última análise, tem um enredo de vida, que busca sua autodestruição de forma inconsciente e, por isso, é um doente, pois quer destruir os maiores bens que o ser humano possui: a vida e a liberdade.

Como começa essa doença? - O experimentador curioso, levado pelos amigos acaba tornando-se dependente da droga, nasce a compulsão(desejo irrefreável) instalando-se as dependências física e psíquica. Agora, aquele usuário eventual é um dependente crônico. A saída desse buraco é muito difícil! Quantos morrem todos os dias? A maconha é um vício mundial, de cujo uso nenhum dos continentes do globo se livrou, só sendo superado pelo fumo e pelo álcool. Recebe, no mundo, mais de duzentos nomes. A palavra ?assassino?, surgiu da expressão Francesa ?assassin? que por sua vez origina-se do termo ?haschichins? nome dado aos grupos de homens que viviam ao norte da Pérsia, na Idade-Média, no Século XI, conhecidos por sua extrema crueldade e pelas contínuas vitórias que obtinham. Esses grupos agiam intoxicados pelo haxixe e, por séculos, espalharam sua violência. Daí serem chamados de ?haschichins?. Droga não é problema somente do dependente químico, mas de seus familiares, amigos, colegas de escola e trabalho, além de toda a comunidade.Todos sofrem a nefasta influência das drogas. O toxicômano aprende que só poderá modificar o mundo modificando a si mesmo. A vida do viciado é um rio de dor e sofrimento, necessitando de um mar de amor, carinho e solidariedade. Muitos se lançam no mundo das drogas por falta de educação, de auto-atenção, de auto-amor-respeito, embora apresentem tantos outros desculpismos; Em busca da total liberdade, o toxicômano é prisioneiro do vício; De todos os palestrantes ficou bastante patente a idéia de que uma das coisas que mais preocupam os adultos é falar sobre drogas, bebida e todas aquelas maneiras de se ficar ?viciado? em alguma coisa. Basta reparar: é só surgir uma oportunidade para conversar com os filhos sobre isso e eles ficam sérios, querem que se ouça com atenção o que vão dizer, como se tentassem contar um segredo sobre algo muito perigoso. Normalmente pais, professores e outros orientadores tentam ensinar que existem hábitos como beber muito ou consumir drogas que podem levar as pessoas a perder o controle sobre sua vida, torná-las escravas de outros e mesmo morrer. Há campanhas na TV, nas revistas e livros escolares, mas nunca paramos de ouvir histórias de viciados, alcoólatras e traficantes. Não é improvável que alguém que conhecemos tenha problemas como esses. Mas se todos parecem avisar dos perigos como ainda existem pessoas que desenvolvem vício? Finalizando o evento, o Palestrante Neio Lucio, Assistente Social e Gerente dos Conselhos Municipais de políticas sobre drogas, falou dos valores e da necessidade da Cultura da Paz.

Respeitar a vida e a diversidade, rejeitar a violência, ouvir o outro para compreendê-lo, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade, buscar equilíbrio nas relações de gênero e étnicas, fortalecer a democracia e os direitos humanos. Tudo isso faz parte da Cultura de Paz e Convivência. Mas é importante ressaltar que a Cultura de Paz não significa a ausência de conflitos, mas sim a busca por solucioná-los através do diálogo, do entendimento e do respeito a diferença. A Cultura de Paz possui valores que pretendem humanizar a humanidade, em que o SER é maior do que o TER. Toda e qualquer ação cultural que seja fundamentada em uma atitude de compreensão é, em si mesma, um exercício de aceitação da diversidade cultural. Por isso, a disseminação dos valores da Cultura de Paz é imprescindível para que a sociedade possa construir um novo paradigma de desenvolvimento. A Cultura de Paz é a alma do reencantamento do mundo, sem ela não haverá mudanças substanciais, equilíbrio planetário e mundos poeticamente habitáveis. É fala de Daisaku Ikeda: ?Uma sociedade que não dá esperanças aos jovens não pode alcançar a sustentabilidade nem sequer construir uma cultura de direitos humanos. O esforço para garantir um nível de proteção social deve ter em mente esta verdade.? A violência está em destaque. Toda vez que ligamos a TV, o rádio, abrimos um jornal ou uma revista certamente encontramos alguma notícia que nos faz pensar ?Quanta violência, onde é que isso vai parar??.

Cada vez mais, os meios de comunicação deixam explícito que, onde quer que estejamos, independente de raça, idade, sexo, grau de instrução ou classe social, estamos vulneráveis à violência, obrigando-nos a constatar que ela invadiu todas as áreas da vida e das relações do indivíduo. Cada um de nós pode se relacionar de uma maneira menos violenta, tornando-se mais consciente das reações diante de situações de conflito, ameaças e fortes emoções. Sabendo o que pode despertar nossa violência, podemos desenvolver habilidades para enfrentar os conflitos cotidianos, através de estratégias mais eficazes para resolvê-los. Além disso, quando estamos conscientes sobre as conseqüências de nossas ações, nos responsabilizamos por nossos atos, e podemos colocar em prática pequenas atitudes que interrompem cadeias de pequenas ações e atitudes agressivas, que poderiam levar a atos maiores de violência. E você, está fazendo sua parte?

*Antônio Padilha de Carvalho é professor, palestrante; Especialista em Educação e Filosofia; Membro da Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes(AMCLA) da COMAB(Confederação Maçônica do Brasil) e colaborador do DC.

Autor(es): Antônio Padilha Carvalho* Especial para o Diário de Cuiabá
Fonte: http://diariodecuiaba.com.br/ilustrado/seminario-sobre-drogas-em-sorriso-mt/447639
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