É hora de somar e seguir!
Nossos políticos tem tudo para conquistarem ainda mais a confiança e a admiração da população, ainda mais nos municípios, pois ainda estamos em período inicial da gestão, época considerada como a lua-de-mel política.
No entanto, é preciso considerar que as pessoas não estão mais tão alienadas como em outros tempos. Nas últimas eleições de 2018 e 2020, bem como em movimentos sociais que convocavam as pessoas para irem às ruas, testemunhamos um aumento no envolvimento geral com as questões políticas. É claro que houve excessos, pois somos seres ainda em evolução pelo aprendizado, mas é inegável que há uma visão mais ampla sobre as coisas da política, inclusive levando a opinião pública a não se encantarem mais com o canto da sereia, em outras palavras, a não engolirem mais posturas forçadas e populistas como sendo algo normal.
Por conta disso, torna-se fundamental que agentes políticos que ocupam cargos no Poder Executivo e no Poder Legislativo “desçam do palanque eleitoral”. Chega de dancinha do carpinteiro no Congresso Nacional ou em outro qualquer prédio público, ainda mais em horário de trabalho! Chega de populismo! Chega de fantasias!
É necessário abrir os olhos, agir com inteligência e com o coração para fazer o que deve ser feito, e:
- parar de politicagem que engana ou que tenta tirar o foco das discussões sérias nas quais as pessoas deveriam participar mais;
- parar de entrar em unidades de saúde sem ter conhecimento técnico, fazendo vídeos nos quais aparecem pessoas até intubadas que não tem como perceber que estão sendo visitadas por políticos, quando deveriam receber apenas o carinho da família;
- parar de perseguição contra pessoas que apoiaram outro candidato nas eleições;
- parar de forçar pedidos de demissão ou exoneração por parte de pessoas que ficam sem clima para doarem-se em suas mais amplas potencialidades em favor do povo;
- parar de tratar o ente ou órgão público como se fosse sua empresa ou fazenda;
- parar de agir com pessoalidade máxima, querendo aparecer mais do que o ente público ou do que a própria gestão, quando deveriam promover a qualificação dos servidores públicos.
Estimular as pessoas a se entregarem aos ideais públicos, à participação em eventos e mutirões é louvável, salutar e traz resultados extremamente positivos, tal como a sensação de cuidado e de que cada cidadão é responsável pelas escolas, praças, hospitais e outros locais atendidos pelo mutirão liderado pelos políticos. Mas isso é muito diferente de atitudes meramente autopromocionais.
A vida ensina, o povo sente e reconhece o empenho por um bem maior, o bem coletivo.
É hora de somar esforços, convidando os(as) melhores para construírem mandatos legislativos ou gestões administrativas que alcancem os resultados que a população (eleitores) merecem receber, porquanto trazer para os cargos ou funções públicas pessoas amigas ou que apoiaram os políticos nas eleições traz um prejuízo enorme para o interesse público, para o mandato legislativo ou executivo e, por consequência, ao próprio político que não verá seus projetos tornando-se realidade e alcançando o povo da forma adequada.
Infelizmente, poucas pessoas tem capacidade técnica para determinadas funções, principalmente nos municípios médios ou pequenos.
Ademais, alguns bons profissionais tem laços de parentescos com os políticos, o que dificulta ou impede que eles façam parte da equipe pública de trabalho. Então, este é mais um motivo para que, seis meses após as eleições, os times possam contar com pessoas que tem condições de jogar, com boa técnica, para o grupo e para o povo.
Se a pessoa apoiou um adversário eleitoral, mas tem capacidade técnica e pode merecer a confiança, por que não contar com essa pessoa, ou dificultar que ela se aproxime da gestão? É hora de fazer amigos, de reconciliar, não de guardar mágoas, promovendo vinganças e perseguições.
Eis o momento em que se diferenciam os líderes de maior visão em relação aos chefes que perdem as oportunidades de crescimento olhando para o retrovisor da vida.
Nestor Fidelis