Reunião entre famílias e proprietários de terra encaminha solução à problema que se estende por quarenta anos.
Na manhã desta quarta-feira, 27, representantes de 180 famílias que ocupam uma faixa de terra próxima à Lambari D’Oeste, se reuniram com membros da família Fidelis, que são os proprietários mais uma vez respaldados pela Justiça, para buscar um acordo amigável quanto à regularização das terras.
A comunidade se iniciou na região há mais de 40 anos, quando diversas famílias ocuparam um pedaço de terra da chamada Gleba Canaã, pertencente à família Fidelis. Na época foi estabelecido um acordo para que os produtores rurais pudessem permanecer no local por meio de contratos de arrendamento das terras.
Com a decisão judicial, a família Fidelis poderia requerer a desocupação, porém seu interesse é assegurar a permanência das pessoas que já estão no local, bem como uma indenização mediante o auxílio do governo e, enfim, que as famílias ocupantes se tornem proprietárias.
“Sempre foi interesse do meu pai, Walter Fidelis, fazer com que essas pessoas que estão nessa terra se tornassem proprietárias, e é sobre isso que nós estamos trabalhando. Eu conversei pessoalmente com o Governador e com secretários e estou me comprometendo a continuar trabalhando para conseguir o quanto antes uma ajuda do Governo do Estado para que essas pessoas consigam de uma forma possível, e sem se endividar exageradamente, se tornarem proprietárias.”, explica Nestor Fidelis.
Para os pequenos produtores rurais que ocupam a região a solução desse problema é uma vontade muito antiga e um sonho a se realizar. Romildo Del Santos conta que mora em Lambari desde 82 e vem todos esses anos lutando em conjunto com as outras famílias pela regularização das terras.
“Há a possibilidade agora, com a proposta da família Fidelis. A gente vai ouvir, analisar e se Deus quiser vai ficar tudo certo. E quando isso se resolver vai ser uma alegria, uma satisfação em realizar o nosso sonho", conta Romildo.
Já a família de Josivan Medeiros da Silva aguarda pela regularização há 35 anos. O desejo de seu falecido pai era ter uma escritura, e continua sendo a vontade dos três filhos que moram no local. “Eu acho que o diálogo seja o melhor caminho. Espero que dessa vez o problema seja resolvido.”, desabafa Josivan.
Como proprietário e herdeiro, Nestor Fidelis lembra que é de seu interesse pessoal a regularização dessas terras e que se compromete a evitar um conflito social.
“Jamais eu, meu irmão e meus dois primos quisemos qualquer forma de prejuízo para as pessoas que estão ali porque são famílias amigas das nossas famílias” finaliza Nestor.